Promover uma comunicação saudável dos casais para melhorar resultados de saúde reprodutiva
Contexto
A comunicação do casal é uma forma de comunicação interpessoal que implica o intercâmbio ou partilha de informações, pensamentos, ideias, intenções e sentimentos entre parceiros sexuais. A comunicação do casal é influençada por políticas, atitudes, valores, cultura, normas sociais e de gênero e pelo ambiente imediato do indivíduo. Há muitas formas de comunicação interpessoal que poderiam resultar na adoção de contracepção moderna ou resultados de saúde reprodutiva melhorados, p. ex., de mulher para mulher, de homem para homem, de pai para filho, de prestador para cliente, de prestador para prestador, de adulto de confiança para adolescente. Este resumo foca na melhoria da comunicação saudável dos casais no intuito de melhorar resultados de saúde reprodutiva.
Desde os anos 1990, o campo do planeamento familiar reconhece a importância da comunicação na adoção voluntária de métodos contraceptivos modernos.1–3 Vários estudos mostram uma associação positiva dos casais que debatem seus objetivos de fertilidade com tomada de decisão conjunta sobre se terão ou quando terão filhos (Schwandt et al., 2021; Naja-Sharjabad, 2021; Shattuck, 2011).4–6
Na última década, emergiram evidências sobre a importância de se garantir intervenções na promoção da comunicação saudável dos casais, com foco na melhoria da qualidade dessas discussões6(p186) e na abordagem de desigualdades de gênero. Apoiar a comunicação saudável dos casais pode aumentar a adoção de uso de contraceptivo moderno e o atingimento do princípio PGI de “igualdade de gênero”, ou “empenhar-se na inclusão de homens e mulheres removendo barreiras ao engajamento ativo e à tomada de decisão, e reconhecer o papel do planeamento familiar no apoio a dinâmicas de poder e relações saudáveis.”7 Recentemente, foi dada atenção ao poder relacionado à tomada de decisão sexual e aos relacionamentos sexuais saudáveis (p. ex., consentimento, autodeterminação corporal, prazer) com necessidade de “dar um apoio melhor aos casais no desenvolvimento de habilidades e práticas para aprimorar a intimidade e a comunicação).”8(p5)
O acesso a métodos contraceptivos modernos e a autodeterminação reprodutiva são direitos humanos fundamentais.9 As pessoas devem ser capazes de ter acesso a contracepção enquanto direito individual. O envolvimento do parceiro masculino não deve impedir as mulheres de escolher a contracepção livre da influência de um parceiro masculino.6 Em função disso, enquanto a promoção da comunicação saudável entre os casais para melhorar resultados de saúde reprodutiva é uma PGI comprovada, é crucial assegurar que “todos os casais e indivíduos tenham o direito básico de decidir livremente e responsavelmente o número e o espaçamento de seus filhos.”9(p13)
Por que esta prática é importante?
Todas os casais podem se beneficiar desta prática, capacitando ambos os parceiros a avaliarem seus próprios objetivos de fertilidade e a forma de atingi-los. Um estudo que inclui países da África oriental, ocidental e austral mostrou que a concordância entre cônjuges sobre o tempo de espera para o próximo parto foi inconsistente.10 Em razão disso, são necessárias intervenções ativas que promovam a comunicação saudável entre os casais para entrarem em acordo sobre o momento certo e o espaçamento saudável entre as gravidezes, assim como outros comportamentos saudáveis. “Tanto homens quanto mulheres podem falhar em atingir seus objetivos de fertilidade quando há falta de comunicação.”11(p30) Um estudo constatou que aconselhar casais sobre contracepção auxiliou parceiros masculinos a “perceber que espaçar gravidezes está diretamente relacionado à segurança geral de saúde e financeira de suas famílias,” assim como conduz a melhorias gerais em uma relação marital.12(p12) As necessidades de homens e mulheres não precisam ser jogadas umas contra as outras, mas podem ser vistas como complementares.13
A comunicação saudável dos casais pode aumentar a adoção de contracepção moderna e ajudar os casais a alcançarem seus objetivos de fertilidade. Estudos mostram que parceiros frequentemente não discutem planeamento familiar.14 Adicionalmente, estudos constatam relatórios discordantes sobre uso contraceptivo.15 Um estudo sobre casais jovens em seis países situados dentro da Ásia e África constatou desejos de fertilidade discordantes.16 Um estudo com casais jovens no Níger mostrou que 75% não relataram conversas relacionadas ao uso de contraceptivos, mas aqueles que conversaram sobre o uso de contraceptivos foram mais propensos a relatar abertamente uso contraceptivo do que secretamente.17 Desejos compartilhados de fertilidade no casal são importantes para o uso de contraceptivos.16 A comunicação entre os casais tem sido correlacionada com o aumento na adoção de contracepção.18–20
Promover a comunicação saudável dos casais também pode impactar a igualdade de gênero. Promover a conversa no casal e usar lembretes que promovam a igualdade de gênero aumentaram tanto o uso de contracepção assim como aumentaram a igualdade de gênero.21,22 Por exemplo, em um estudo focado em transformar normas de gênero nocivas,22 as mulheres relataram que os homens no grupo de intervenção tiverem níveis mais altos de participação nos cuidados das crianças que os homens no grupo de controle. Os homens podem ter dificuldades em acessar informações contraceptivas precisas na medida em que a maioria dos serviços são direcionados a mulheres.23 A comunicação de casais sobre contracepção pode ajudar a preencher essa lacuna à medida em que mulheres compartilham informação de planeamento familiar e os casais se dispõem a visitar juntos serviços de planeamento familiar (Figura 1).
Quais são as evidências de que a promoção da comunicação saudável dos casais tem grande impacto?
Numerosos estudos têm demonstrado uma correlação entre a comunicação dos casais e a adoção de contracepção moderna tanto por homens (p. ex., opção pela vasectomia) quanto por mulheres.18–33 Uma série de intervenções informadas por evidências promoveram a comunicação saudável de casais para aumentar adoções do uso de contraceptivos modernos. Muitas dessas intervenções informadas por evidências abordaram simultaneamente questões de normas de gênero desiguais de modo que as mulheres tivessem voz mais efetiva na expressão de suas necessidades contraceptivas e obtendo a concordância de seus parceiros para esse uso.
Esforços pela mudança social e comportamental (MSC) de modo a melhorar a comunicação saudável dos casais que também resultaram em adoção de contracepção moderna foram documentados através de: sessões de aconselhamento com casais;21,34 alcançar homens por meio de pares educadores treinados;5 debates participativos em pequenos grupos;22 mídia de massa;35 anúncios de TV;36 radionovelas37 e equipes treinadas.38,39 Essas intervenções informadas por evidências estão listadas na Tabela e no Apêndice.*
A Tabela mostra uma série de intervenções MSC com fortes evidências e diferentes países representados. O Anexo inclui evidências adicionais.
Constatações selecionadas com intervenções informadas por evidências sobre comunicação saudável de casais que aumentaram a adoção de contracepção moderna
Intervenção MSC | Comunicação de casal | Adoção de contraceptivo | VBG/igualdade de gênero |
---|---|---|---|
Índia (Raj et al., 2016)21 | |||
A intervenção CHARM inclui três sessões de aconselhamento sobre planeamento familiar e igualdade de gênero (PF+IG) para homens e casais. Prestadores de assistência de saúde treinados oriundos de vilarejos foram os responsáveis pelas sessões de aconselhamento. | ✓ As mulheres do grupo de intervenção foram mais propensas a relatar comunicação sobre contracepção em um seguimento de 9 meses comparativamente às do grupo de controle. |
✓ As mulheres do grupo de intervenção foram mais propensas a relatar uso contraceptivo moderno em seguimento de 9 e 18 meses, comparativamente às do grupo de controle. | ✓ As mulheres do grupo de intervenção foram menos propensas a relatar VPI sexual em um seguimento de 18 meses. ✓ Os homens do grupo de intervenção foram menos propensos que aqueles no grupo de controle a relatar atitudes de aceitação de VPI sexual e física durante o seguimento de 18 meses. |
Malaui (Shattuck et al., 2011; Hartmann et al., 2012)5,40 | |||
O aconselhamento de pares com motivadores masculinos ofereceu informações sobre opções de PF moderno e instituições locais que ofereciam esses métodos. Os motivadores facilitaram debates explorando “como papéis rígidos de gênero podem levar a resultados negativos, desafiando a noção de que uma família grande é sinal de virilidade” (p. 1090). |
✓ A frequência de debate sobre PF com a esposa foi positivamente associada a adoção de planeamento familiar. | ✓ Aumento no uso contraceptivo no grupo de intervenção comparativamente ao grupo de comparação. | ✓ Os homens facilitaram o uso de contraceptivo de suas parceiras. ✓ As mulheres relataram aumento em tomada de decisão compartilhada. |
Nigéria (Do et al., 2020)36 | |||
Análise transversal de dados da linha de base da avaliação de MTV Shuga mais ampla. As intervenções MSC acessadas foram mensagens sobre planeamento familiar e publicidade na televisão. | ✓ Exposição a anúncios de PF na TV nos 30 dias anteriores mostrou ter uma associação significativa com aumento na propensão de debate entre pessoas jovens de 15 a 24 anos que eram sexualmente ativas (2,52 vezes mais propensos) com seus parceiros. ✓ Isso, por sua vez, esteve associado com aumento no uso de contraceptivo moderno entre pessoas jovens de 15 a 24 anos que eram sexualmente ativas (2,73 vezes mais propensos). |
✓ O uso de contraceptivos modernos foi quase três vezes mais alto entre jovens de 15 a 24 anos que eram sexualmente ativos e que reportaram ter debatido PF com seus parceiros do que entre aqueles que não debateram PF com seus parceiros. Ver anúncio de PF na TV nos 30 dias anteriores foi associado a maior debate sobre PF e uso de contraceptivo moderno entre jovens de 15 a 24 anos que eram sexualmente ativos. | Não avaliado. |
Quênia (Wegs et al., 2016)41 | |||
Facilitadores da comunidade organizaram diálogos comunitários para grupos mistos e de sexo único em diversos vilarejos. Os tópicos incluíram gênero, sexualidade e PF. Os líderes comunitários e usuários de PF satisfeitos agiram como modelos de comportamento, compartilhando seus apoios às “normas de gênero equitativas em PF, comunicação aberta e tomada de decisão compartilhada em assuntos de planeamento familiar entre cônjuges” (pg. 3). | ✓ A comunicação entre cônjuges esteve associada com o uso de métodos modernos de PF pelas mulheres. | ✓ Na linha de base, 34% de mulheres e 27.9% de homens usaram métodos modernos de PF; na linha final da pesquisa, 51.2% das mulheres e 52.2% dos homens usaram métodos modernos de PF. ✓ Exposição à intervenção foi associada com chances 1,78 maiores de usar um método de PF moderno comparativamente à linha de base para mulheres mas não para homens. ✓ Na linha final da pesquisa, os homens que reportaram alta aprovação de PF e convicções de gênero mais equitativas foram mais propensos a usar métodos modernos de PF. |
X As mulheres descreveram algumas mudanças orientadas a papéis domésticos mais igualitários, e mais decisões compartilhadas (tais como decisões a respeito de compras domésticas). Apesar de algumas variações, as mulheres ainda fizeram a maioria dos trabalhos domésticos e os homens mantiveram a maior parte do poder na tomada de decisões. |
El Salvador (Lundgren et al., 2005)38 | |||
✓ Equipes treinadas e voluntários incorporaram informação de PF em Método de Dias Padrão (MDP) em suas atividades educacionais em um projeto de recursos hídricos, com mensagem sobre igualdade de gênero e também sobre a ligação entre PF e recursos hídricos, incluindo duas visitas a lares com casais. | ✓ Tanto mulheres quanto homens relataram significativamente mais debates nos 6 meses prévios quanto ao número de filhos, sobre usar um método de PF, sobre qual método de PF usar, sobre papéis masculinos em PF e sobre o ciclo da fertilidade feminina. | ✓ Os homens aumentaram significativamente a adoção de métodos contraceptivos (MDP, preservativos) após a intervenção (63% comparativamente a 44%); com chances de reportarem de que estavam usando PF 1,68 vezes mais ao final da pesquisa. ✓ As mulheres que participaram do projeto foram significativamente mais conscientes de seus ciclos de fertilidade, aumentando suas consciências corporais. |
✓ Os homens na comunidade relataram que o papel masculino no PF aumentou significativamente de 5% para 23%. ✓ As mulheres relataram que o papel masculino em PF aumentou significativamente de 7% para 16%. |
✓: Estatisticamente significativo
X: Estatisticamente não significativo
Como fazer: Dicas da experiência de implementação
A MSC para comunicação saudável de casais inclui abordagens tais como a criação de um ambiente favorável, p. ex., criando espaços para que os casais recebam aconselhamento conjunto. Outra abordagem MSC trata de mudança social como uma mudança de comportamento individual, p. ex., oferecendo modelos de comportamento que praticam a comunicação saudável entre os cônjuges. As dicas seguintes para a planificação a implementação de intervenções para melhorar a comunicação interpessoal reconhece que o comportamento é uma função da pessoa e de seu ambiente.
- Abordar dinâmicas de gênero e poder, incluindo violência baseada em gênero (VBG). Conduzir pesquisa formativa para intervenções de comunicação de cônjuges para explorar como se relacionam entre si, especialmente dentro de relacionamentos íntimos. Qual é a distribuição de poder e autoridade? Quais são as normas específicas de gênero dentro dos relacionamentos? Use uma abordagem sincronizada por gênero† para assegurar que as intervenções são mutuamente reforçadoras.42 O engajamento direto na solução de problemas pode ajudar a fortalecer a comunicação entre os cônjuges.43
- Assegure que intervenções “não causem males” que prejudiquem a autodeterminação feminina. A violência por parceiro íntimo foi associada com discordância em intenções de fertilidade entre homens e mulheres,44 com uma série de implicações. Em certos estudos, algumas mulheres que relataram experimentar VBG de seus maridos foram mais propensas a usar contracepção sem informar seus maridos.45–47 Há numerosos relatos, tanto de mulheres quanto de homens, que acessam métodos contraceptivos modernos em segredo ou usando métodos clandestinos, tais como injetáveis ou dispositivos intrauterinos, temendo coerção, desaprovação, abandono ou VBG de seus parceiros.48–50 É crucial assegurar que, no contexto da promoção de comunicação saudável de casais, cada pessoa possa individualmente acessar informação e serviços sobre saúde reprodutiva, assim como serviços relacionados a VBG, conforme necessário (Quadro 1).
- Normas de masculinidade precisam ser abordadas. Mulheres e homens podem diferir em suas convicções sobre se uma mulher tem o direito independente de usar contracepção.51 O poder de decisão de um marido pode reduzir significativamente a possibilidade de uma mulher usar contraceptivos,52,53 na medida em que normas nocivas de masculinidade em certos contextos podem levar os homens a demonstrar suas virilidades com a paternidade de numerosos filhos.54 Quando possível, é importante incorporar debates sobre prazer sexual no contexto de sexo e contracepção.6
- Encontrar maneiras criativas e culturalmente apropriadas para abordar habilidades e autoeficácia percebida de mulheres e homens em comunicar-se efetivamente com seus parceiros. Se uma pessoa vê outra pessoa desempenhar um comportamento, mas duvida de sua própria capacidade de replicá-lo, não é provável que ela/ele tente esse novo comportamento. No caso de casais comunicando-se sobre planeamento familiar e saúde reprodutiva, os indivíduos podem necessitar aprender e/ou praticar novas habilidades antes de tentar comunicar-se com um parceiro. Eles também vão precisar ter confiança de que podem se comunicar sem temer conflito ou outros riscos. Para as mulheres, em particular, pode ser necessário que os programas ofereçam espaços seguros para que elas pratiquem habilidades e possíveis instruções dentro de um grupo confiável de pares de seu próprio sexo. Por exemplo, o estudo CHARM inicialmente ofereceu espaços seguros separados para homens casados, seguidos por sessões de aconselhamento de casais (Quadro 2).21
- Considere e planeie desafios e exigências especiais das sessões a aconselhamento de casais conduzidas em instituições e/ou através de iniciativas de alcance móvel por agentes comunitários de saúde (ACSs) para casais em seus lares ou em outros locais. A contracepção pode ser um assunto tabu e a privacidade acústica e visual são essenciais para os casais que concordam em receber aconselhamento conjunto.
- Busque plataformas e espaços existentes onde rapazes e homens possam acessar informação sobre sexo, relações sexuais, saúde reprodutiva e informação sobre planeamento familiar e serviços. Quando enquadrados apropriadamente, grupos masculinos como camponeses ou grupos religiosos frequentemente são receptivos à chance de debater planeamento familiar e saúde reprodutiva. Contudo, uma revisão recente constatou que poucos planos nacionais abordam os papéis masculinos na contracepção de modo abrangente.23 Trabalhar com grupos existentes pode ser um modo mais eficiente e sustentável de alcançar homens e rapazes. Os debates em torno do planeamento familiar devem focar no bem-estar da família e no tamanho da família e não apenas em métodos.6
- Ofereça oportunidades e materiais de apoio (job aids) para aqueles que prestam serviços de saúde e planeamento Os prestadores do programa se beneficiam ao aprender e compartilhar as melhores práticas sobre como servir e se comunicar efetivamente com clientes do sexo feminino e masculinos, bem como os casais como uma unidade. O treinamento para prestadores antes e durante o serviço, assim como simples ferramentas/ materiais de apoio / listas de verificação/aplicativos de aconselhamento, podem tornar o aconselhamento mais fácil. Folhetos criativos distribuídos por ACSs (como esse panfleto, projetado para recém-casados no Egito) ajudam a estimular as conversas e a tomada de decisões conjuntas. Políticas que asseguram que as mulheres que querem que seus parceiros as acompanhem em sessões de aconselhamento podem convidá-los a fazê-lo são importantes e podem facilitar a comunicação saudável dos casais.
- Identificar e oferecer oportunidades para casais respeitados na comunidade agirem como modelos e falarem sobre seus hábitos saudáveis de comunicação. As pessoas avaliam os riscos e os abenefícios das ações antes de experimentá-las. Os programas MSC podem ajudá-las a fazer essa avaliação ao apresentar casais que são modelos de comportamento e suas ações através de radionovelas, testemunhos pessoais e debates comunitários. Por exemplo, motivadores masculinos no Malaui foram homens respeitados em suas comunidades que foram treinados para oferecer aconselhamento.5
- Usar redes sociais ao longo do tempo para disseminar a inovação de comunicação saudável dos casais através de treinamento e outros mecanismos. Programas MSC bem-sucedidos identificam 1) como o público percebe casais que estão se comunicando sobre saúde sexual e reprodutiva e questões de planeamento familiar, 2) formadores de opinião na rede de contatos local e 3) mensagens que abordem preocupações sobre comunicação saudável dos casais. Representações midiáticas de casais comunicando-se devem demonstrar o impacto positivo da comunicação saudável dos casais.
* Uma abordagem sincronizada por gênero é definida como o trabalho com ambos os sexos de modo mutuamente reforçador, para desafiar normas de gênero restritivas e catalisar o atingimento da igualdade de gênero.55
Uma intervenção para aumentar o envolvimento masculino em planeamento familiar e aconselhamento de casais no Zimbábue usou mensagens de mídia para alcançar homens. Dados de pesquisas domiciliares com 501 homens e 518 mulheres que foram entrevistados antes da intervenção, com uma pesquisa de seguimento com 508 homens e 508 mulheres, foram usados para avaliar o programa. As mensagens na campanha usaram imagens de futebol e analogias, com esposas na qualidade de colegas de time, prestadores de serviços na qualidade de técnicos e famílias pequenas na qualidade de goleira. Homens escutaram os anúncios duas vezes mais que mulheres. A análise indica que os respondentes foram 1,6 vezes mais propensos a utilizar um método de planeamento familiar moderno se expostos a ao menos três componentes da campanha multimídia,” 56(p31) mesmo quando outras variáveis foram controladas. Tanto homens como mulheres relataram aumento de conversas com cônjuges a respeito de planeamento familiar. Contudo, a campanha, ainda que tenha aumentado a comunicação de casais, resultando na adoção de contracepção moderna, também resultou em um aumento significativo na convicção masculina de que eles sozinhos devem assumir a responsabilidade por escolher um método, obter informação de planeamento familiar e ir a clínicas para buscar serviços de planeamento familiar,56 reduzindo a autodeterminação das mulheres e aumentando a desigualdade de gênero. Uma lição fundamental aprendida foi que atenção a gênero e dinâmicas de poder é um fator crucial.
Na preparação para a iniciativa CHARM na Índia, pesquisadores utilizaram diretrizes57 da OMS sobre violência doméstica para conduzir avaliações. Maridos e esposas foram entrevistados privadamente e separadamente. Todos os participantes, antes da linha de base, receberam informação básica sobre planeamento familiar e sobre como acessar serviços. Todas as participantes femininas receberam informações sobre serviços que atendiam violência doméstica. Seguindo a avaliação da linha de base, maridos no grupo de intervenção foram ligados a prestadores de assistência de saúde masculinos do vilarejo treinados para implementar a intervenção CHARM. Os prestadores de assistência de saúde do vilarejo fizeram apresentações com cavalete de cartazes abordando barreiras ligadas à igualdade de gênero, tal como a importância de decisões compartilhadas em planeamento familiar somada à importância de comunicação marital respeitosa, particularmente sem violência conjugal (veja abaixo em Ferramentas e Recursos descrição e link para os manuais de treinamento usados pela CHARM, e a Tabela e o Apêndice para impacto da efetividade.21,58 A CHARM foi desenvolvida por especialistas em planeamento familiar, gênero e VBG. Até o momento, a CHARM resultou em aumentos estatisticamente significativos em uso de contraceptivos e igualdade de gênero.
Medição da Implementação
O que segue são indicadores ilustrativos baseados na Teoria da Mudança que podem ser coletados a partir de diferentes fontes de dados, tais como sistemas de monitoramento de rotina,59 pesquisas remotas com base móvel,60 ou pesquisas em lares, tais como PMA (https://www.pmadata.org/) e DHS (https://dhsprogram.com/).
- Prática de Grande Impacto: Número ou percentual de público alvo que relatou ter visto mensagens de planeamento familiar promovendo a comunicação dos cônjuges sobre planeamento familiar nos últimos três meses conforme o canal (p. , mídia social, televisão, rádio, encontros comunitários).
- Mudanças: Número ou percentual de público alvo que debateu sobre o uso de contraceptivos com seus parceiros nos últimos três meses.
- Benefícios para o Público: Percentual de mulheres que declararam que o uso de contracepção moderna é decisão delas ou decisão conjunta com seus parceiros.
Questões prioritárias de pesquisa
- Plataformas digitais são bem-sucedidas em aumentar a comunicação de casais?
- Que programas e políticas preparam os adolescentes para se engajarem em comunicação saudável com seus/ suas parceiras sobre objetivos de fertilidade?61
- Conduzir estudos sobre custo-eficácia para aumentar a comunicação saudável de casais indicando os custos dos referidos estudos.
- Que programas e políticas são efetivos em engajar casais em discussões relacionadas a espaçamento saudável e momento certo das gravidezes?62
- Quais são os passos requeridos para se minimizar o potencial impacto negativo de aconselhamento de casais, tais como violência e coerção reprodutiva?48,49
- Save the Children (Salvem as Crianças). Male motivator training curriculum (Currículo de treinamento para motivador masculino). A abordagem do motivador masculino é projetada para engajar homens em quebrar normas de gênero que conduzam à comunicação de casais iniciada por homens sobre planeamento familiar. Homens que usam contracepção moderna são identificados e treinados como motivadores masculinos e visitam outros homens em comunidades para oferecer informação sobre contracepção, também praticam habilidades para debater desejos de fertilidade com esposas.
- Rwanda Men’s Resource Center, Promundo-US and Rutgers WPF. 2013. Bandebereho Facilitator’s Manual: Kigali, Rwanda; Washington, DC, EUA; Utrecht, Países Baixos. Esta ferramenta foi projetada para atividades de engajamento comunitário participativo sobre igualdade de gênero, planeamento familiar, paternidade, violência e exercício de cuidados.
- UCSD. Manual CHARM. Este manual foi projetado para aprimorar o conhecimento de profissionais de saúde sobre maneiras de abordar questões de gênero com jovens recém-casados que irão escolher e exercitar suas opções de planeamento familiar.
Observação: Se seu programa está abordando VBG adicionalmente à comunicação saudável de casais, há um conjunto de recursos que você pode consultar, tais como: https://prevention-collaborative.org; https://www.unwomen. org/en/digital-library/publications/2020/07/respect-women- implementation-package e https://www.whatworks.co.za/
Referências
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Citação sugerida
Práticas de Grande Impacto em Planeamento Familiar (PGIs). Promover uma comunicação saudável dos casais para melhorar resultados de saúde reprodutiva. Washington, DC: Parceria Prática de Grande Impacto; abril de 2002. Disponível em: www.fphighimpactpractices.org/briefs/couple-communication/
Agradecimentos
Este resumo foi escrito por: Robert Ainslie (Johns Hopkins Center for Communication Programs), Angie Brasington (USAID), Arzum Ciloglu (Johns Hopkins Center for Communication Programs), Leanne Dougherty (Population Council), Busara Drezgic (EngenderHealth), Jill Gay (What Works Association), Lucia Gumbo, (USAID/Zimbábue) e Geoffrey Rugaita (consultor independente, Quênia).
Este resumo foi revisado e apoiado pelo Grupo Técnico Assessor PGI. Adicionalmente, as seguintes pessoas e organizações ofereceram revisões críticas e comentários úteis: Eftu Ahmed (IntraHealth), Joya Banerjee (CARE), Netra Bhatta, Maria Carrasco (USAID), Kate Doyle, Lenette Golding (Save the Children), Kamden Hoffman (Corus International), Joan Kraft, Alice Payne Merritt, Bertha Migodi, Annie Portela (OMS), Caitlin Thistle e Danette Wilkins.
O Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da Organização Mundial de Saúde contribuiu para o desenvolvimento do conteúdo técnico dos resumos PGIs, que são vistos como sumários de evidências e experiências de campo. Estes resumos foram pensados para serem utilizados em conjunto com as Ferramentas e Diretrizes de Planeamento Familiar da OMS: https://www.who.int/health-topics/ contraception.
As Parcerias PGIs representam uma parceria diversa e orientada por resultados, abrangendo uma grande diversidade de partes interessadas e especialistas. Assim, a informação nos materiais PGI não necessariamente reflete as visões de cada copatrocinador ou organização parceira.
Para envolver-se com as PGIs, veja: https://www. fphighimpactpractices.org/pt/engage-with-the-hips/.